terça-feira, 23 de março de 2010

A grande revoluçao

libertação

Quanto tempo mais, agrilhoados à sombra das nossas fraquezas?

O relógio não pára,

E a letargia nos governa sem acanho.

As cinzas de todas as eras

Levantam-se diariamente sobre nós

Exalando o odor vertiginoso do passado.

As diferenças sociais criaram grades

Que nem os séculos conseguiram remover.

A escravidão não cessa,

Mas os escravos ignoram que estão presos em si mesmos

Pelos grilhões do individualismo que cultivam.

Quem de nós é inocente?

Quem, um dia, não curvou a face diante da miséria alheia?

Um olhar quebra o mármore do meu templo

E todas as fomes me censuram por dentro.

Entre as súplicas mudas e inermes daqueles olhos

Ecoa o silêncio estentórico da minha inércia.

A compaixão existe, mas a escassez da ação impera!

Quantos ventres mais, murcharão prematuros?

Quantos seios ainda secarão ao lado da opulência cega e desvairada?

A humanidade sofre de indiferença.

Estamos presos aos nossos desejos mesquinhos,

Escravos da vaidade, do orgulho, da ambição.

Somos mais miseráveis

Que a miséria que rasteja à nossa volta;

Sofremos de miséria moral.

As grades da indigência são mais flexíveis que as do egoísmo.

Livre é o homem que ama indistintamente,

Que atravessa os muros do convencionalismo

E lava a chaga do seu irmão

Sem medo, asco ou pudor.

A liberdade é possível, mas sua plenitude depende da sabedoria.

Tantos livros folheados,

Tantas fórmulas apreendidas,

Tanto conhecimento desnorteado...

O nosso saber ainda habita os porões da ignorância.

Ninguém penetra nos solos da verdadeira liberdade sem a luz da sabedoria.

Exercita-la é o primeiro passo.

O maior sábio de todos os homens

Nunca se deixou prender nas teias da hipocrisia que embala o mundo.

Foi o maior exemplo de humildade e grandeza que a humanidade conheceu

E os raios do seu amor, mesmo depois de tantos séculos

Ainda aquecem os nossos corações.

Precisamos revolucionar os nossos pensamentos, atos e sentimentos,

Romper os entraves que tanto nos atrofia o progresso.

Lutemos por um mundo mais justo, mais solidário, mais humano e menos hipócrita.

É preciso subverter as normas doentias que o tempo estabeleceu.

Sejamos almas transgressoras!

Tornemo-nos livres...

Ousemos Amar!

Eis a revolução maior.

Bernadete Barreto

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