A grande revoluçao
Quanto tempo mais, agrilhoados à sombra das nossas fraquezas?
O relógio não pára,
E a letargia nos governa sem acanho.
As cinzas de todas as eras
Levantam-se diariamente sobre nós
Exalando o odor vertiginoso do passado.
As diferenças sociais criaram grades
Que nem os séculos conseguiram remover.
A escravidão não cessa,
Mas os escravos ignoram que estão presos em si mesmos
Pelos grilhões do individualismo que cultivam.
Quem de nós é inocente?
Quem, um dia, não curvou a face diante da miséria alheia?
Um olhar quebra o mármore do meu templo
E todas as fomes me censuram por dentro.
Entre as súplicas mudas e inermes daqueles olhos
Ecoa o silêncio estentórico da minha inércia.
A compaixão existe, mas a escassez da ação impera!
Quantos ventres mais, murcharão prematuros?
Quantos seios ainda secarão ao lado da opulência cega e desvairada?
A humanidade sofre de indiferença.
Estamos presos aos nossos desejos mesquinhos,
Escravos da vaidade, do orgulho, da ambição.
Somos mais miseráveis
Que a miséria que rasteja à nossa volta;
Sofremos de miséria moral.
As grades da indigência são mais flexíveis que as do egoísmo.
Livre é o homem que ama indistintamente,
Que atravessa os muros do convencionalismo
E lava a chaga do seu irmão
Sem medo, asco ou pudor.
A liberdade é possível, mas sua plenitude depende da sabedoria.
Tantos livros folheados,
Tantas fórmulas apreendidas,
Tanto conhecimento desnorteado...
O nosso saber ainda habita os porões da ignorância.
Ninguém penetra nos solos da verdadeira liberdade sem a luz da sabedoria.
Exercita-la é o primeiro passo.
O maior sábio de todos os homens
Nunca se deixou prender nas teias da hipocrisia que embala o mundo.
Foi o maior exemplo de humildade e grandeza que a humanidade conheceu
E os raios do seu amor, mesmo depois de tantos séculos
Ainda aquecem os nossos corações.
Precisamos revolucionar os nossos pensamentos, atos e sentimentos,
Romper os entraves que tanto nos atrofia o progresso.
Lutemos por um mundo mais justo, mais solidário, mais humano e menos hipócrita.
É preciso subverter as normas doentias que o tempo estabeleceu.
Sejamos almas transgressoras!
Tornemo-nos livres...
Ousemos Amar!
Eis a revolução maior.
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