quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O império da forma

beyonce

Foi-se o tempo em que o conteúdo era cabal para se emplacar um sucesso no mundo da música! Nos tempos bicudos inagurados pela Madonna, o que vemos é um império da forma. Cantoras como a Beyoncé (que, inclusive, está pestes a começar uma série de shows no Brasil – veja o vídeo) nos mostram a todo instante que a nossa indústria cultura não economiza nas frivolidades quando o o assunto é vender.

Novo ícone da música pop mundial, Byoncé, que abocanhou seis Grammys no último sábado (um recorde), é um claro exemplo de como nos deixamos levar, em muitos casos, pelas sensações e nos esquecemos de endossar nosso senso crítico e estético. É como se nada mais importasse além dos modismos, das tendências fabricadas.

Se fôssemos, realmente, reflitir acerca do que consumimos na nossa famigerada cultura de massas, com certeza não estaríamos tão envoltos e impressionados com o conjunto de pernas e danças vazias de tais cantoras americanas. Muito mais do que um intenso vazio conteudístico, as músicas que explodem na atual inústria fonográfica POP ( e olha que eu até já ouvi o Thriller do Michael Jackson) são exemplos de uma cultura de consumo amorfa, ao estilo do clássico “american way of life”.

A música Single Ladies (Put A Ring On It) da Beyoncé é exemplo do que estou falando. Numa das partes da canção a cantora “brada”:

 

I put gloss on my lips, a man on my hips
Eu coloco gloss nos meu lábios, um homem nos meu quadris

Hold me tighter than my Dereon jeans
Me agarre mais firme que meu jeans Dereon

acting up, drank in my cup
Comportando-se mal, bebeu no meu copo

I could care less what you think
Eu não poderia me importar menos com o que você pensa

I need no permission, did I mention
Eu não preciso de permissão, eu mencionei isso?

Don't pay him any attention
Não se importe com ele

'Cuz you had your turn But now you gonna learn
Pois você teve sua vez, mas agora você vai aprender

What it really feels like to miss me
Como é realmente sentir que me perdeu

Me parece óbvio que as pessoas tenham todo o direito de gostar do que bem entenderem. Porém, é mais óbvio ainda que precisamos saber avaliar o que estamos consumindo. Afinal, é por causa de peças culturais como essas que vemos a diversidade da arte definhar…

 
 
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3 Comentários:

Antônio de Freitas disse...

Acho que a Grande Mídia tem enorme influência no que diz respeito ao gosto das pessoas. Concordo que "as pessoas tem o direito de gostarem do que bem entenderem" mas elas não podem gostar daquilo que não conhecem. É esse tipo de cultura que é oferecida a maioria da população, e a propaganda dos grandes da imprensa é que postula o gosto dessas pessoas, elas consomem aquilo que lhes é oferecido. Acho que a discussão sobre a cultura de massa vai muito além disso, entretanto, entendo que esse sistema - o capitalismo - "escolhe" o que deve ser visto pelo povo.

4 de fevereiro de 2010 às 18:01
Bruno José disse...

O "mundo ta perdido" [dizia meu avô].

Isso é terrível, lastimável e muito sério. Imaginem: Acampar para esperar o show de Beyoncé? O ícone do vazio? Várias vezes, ficava refletindo diante da televisão, quando via reportagens desses cantores de pop dos EUA, quais seriam suas semelhanças com diversos grupos músicais brasileiros (refiro-me sobretudo ao pagodão da Bahia, a grande parte do sertanejo atual e ao arroxa), agora, sem mais delongas, confirmo minha perspectiva. São parecidos pelo conteúdo vazio e comercial de suas músicas...

É parte da sociedade do "descartável", "passageiro" e consumista.

Triste Sociedade.

5 de fevereiro de 2010 às 09:13
Henrique Oliveira disse...

E o pior é que nossa sociedade, às vezes, parece se entregar de olhos fechados a esse vácuo. Muitas vezes tenho a sensação de que estamos vivendo uma época em que ser crítico e exigente nesses aspectos é um defeito e não uma virtude...

5 de fevereiro de 2010 às 13:28

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