quarta-feira, 10 de junho de 2009

PEC dos vereadores, um limite salutar

Nesta quarta feira o presidente da Câmara, Michel Temer, deu declarações afirmando que irá haver uma proposta de criação de uma “comissão especial” para avaliação da chamada PEC paralela dos vereadores. Segundo Temer, caso o projeto passe pelo crivo do Senado, a Câmara não irá abrir mão do seu direito de avaliar cuidadosamente o projeto que prevê um salutar corte de gastos com as Câmaras Municipais em todo o país.

A intenção dos defensores do projeto é que, depois da aprovação no Senado, o projeto seguisse automaticamente, sem mais delongas, para a promulgação. Porém, parece que Temer e seus aliados irão prorrogar um pouquinho mais essa história.

Mas, que projeto é esse?

A Proposta de Emenda á Constituição (PEC) nº47 de 2008, para o meu espanto de autoria do Senador César Borges (PR-BA), propõe limitar os gastos que hoje são realizados pelos municípios para custear suas respectivas Câmaras Municipais. O Projeto estabelece que as despesas dos legislativos das cidades brasileiras, incluindo os gastos com os salários de vereadores e inativos, não ultrapassem um limite de 7% da receita tributária de municípios com até 100.000 habitantes e 3,5% da receita de municípios com população superior a 8 milhões de pessoas.

Alterando o artigo 29-A da Constituição, a PEC visa reduzir proporcionalmente os gastos com o legislativo municipal: o índice que antes era, em seu grau máximo, de 8%, no projeto cai um ponto e passa a ser de 7%. Como podemos ver na tabela abaixo:.





Se aprovada a modificação constitucional, os cofres públicos terão uma economia de mais ou menos 1,8 bilhões de reais. Hoje, “Segundo estudo encomendado à Consultoria do Senado, entre 1999 e 2007 o total de despesas das Câmaras passou de R$ 5,3 bilhões para R$ 6,9 bilhões, conforme valores corrigidos pelo IPCA a preços de 2007. Em São Paulo, por exemplo, houve corte de despesa real em 36% nesse período, enquanto no Rio ocorreu aumento real de 63%” (Citação: Agência Senado).

Em outras palavras, a PEC, ao gerar tal economia para o governo estará contribuindo para que o dinheiro público possa ser empregado em outros projetos sociais relevantes. Com a diminuição dos gastos com as Câmaras Municipais o nível de recursos disponíveis e aumentará, tornando possível que se custei obras de interesse do bem comum.Pelo menos é o que esperamos.

Com essa PEC surge, portanto, uma limitação extremamente salutar. O povo brasileiro espera há muitos anos que atitudes como esta se proliferem pelo nosso legislativo. É preciso que também nas esferas estaduais e federais haja um enxugamento dos gastos exorbitantes para o financiamento da “boa vida” dos deputados, senadores e vereadores. Num país onde se ganha menos de 500 reais de salário, é um contra-senso que um deputado, por exemplo, custe cerca de 100.000 reais por mês aos cofres públicos. Emendas constitucionais moralizadoras como essa são de extrema necessidade. Esperaremos sempre mais...

Foto: Tai Machado

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1 Comentário:

meikilo disse...

Tá ai, quero ver se acontece. quem sabe com esta confusão toda em brasilia em relação ao desrespeito dos parlamentares por nos cidadãos de bem, nao surja ai uma nova moda que seria nada mais nada menos que politicos se tormarem realmente representantes do povo, e nao de seus proprios interesses.
Sou brasieiro e nao desisto numca... espero q seja concretizada esta proposta e que o dinheiro "economizado" venha pro povo ralmente e não pras cuecas dos nossos representantes.

16 de junho de 2009 às 10:36

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