terça-feira, 12 de maio de 2009

O problema do "cyberbullying"

Todo mundo, nos tempos de escola, passou pela seguinte situação: um amigo mais tímido sempre se senta no canto da sala e não conversa muito. O pouco que esse introvertido colega consegue dialogar sempre sai com tons de insegurança e acanhamento. De repente, aquele colega maior, mais forte, mais popular começa a infernizar a vida do amigo tímido. São agressões verbais repetidas, achaques variados e de diferentes intensidades e, até, agressões físicas que se repetem com frequência.

Pois bem amigos, essa situação tão conhecida de todos nós, nos últimos anos vem recebendo um novo nome: bullying. Quando a fronteira de uma mera brincadeira é rompida e sem tem uma desproporcional e repetitiva agressão moral e física está-se diante de um sério problema – um tipo de comportamento deturpado que vem crescendo dentre os nossos jovens estudantes.

O Bullying (que vem do inglês "brigar", "intimidar", "amedrontar", etc) está tão forte que, recentemente emergiu uma nova “especialidade” da agressão: O cyberbullying. Ainda desconhecido do grande público, essa nova postura comportamental é basicamente marcada por atitudes agressivas e repetitivas através de um instrumento que nos é bem familiar: a internet e seus anônimos blogs, fotologs e comunidades. Com o avanço do uso da Web nas várias regiões do planeta e com o aumento da facilidade de acesso a instrumentos produtores de vídeos, fotos, textos e outros formatos, os jovens estão começando a usar a tecnologia literalmente como uma arma de ataque. Conforme afirmado no portal Brasil Escola, “os meios tecnológicos que, a priori, seriam para melhorar e facilitar a vida das pessoas em todas as áreas estão sendo utilizados para menosprezar e insultar outras pessoas. Não existe um tipo de pessoa específica para ser motivo de insultos, sendo que a invasão do e-mail ou a exposição de uma foto já é o bastante...”

Em outras palavras, o cyberbullying é uma deformação no entendimento e no uso dos potenciais da internet. Nossos jovens, acreditando estarem protegidos pelo anonimato e pela falta de limites morais, se utilizam dessa ferramenta de comunicação para viabilizar as suas quase sempre fúteis “vinganças de adolescente”. Numa sociedade que prega o consumo e o individualismo sem limites os jovens se veem autorizados a agredir de forma brutal aqueles que consideram como seus desafetos; aqueles com os quais “não vão com a cara”. “As pessoas que praticam o cyberbullying são normalmente adolescentes sem limites, insensíveis, insensatos, inconseqüentes e empáticos”, diz Gabriela Cabral da equipe Brasil Escola.

No entanto, o grande insumo desse comportamento é a falta de uma educação e formação sólidas. O jovem sem limites morais que senta na frente do computador para desmoralizar alguém é o mesmo que acha normal espancar o mendigo na calçada ou a empregada no ponto de ônibus. São adolescentes acostumamdos a se acharem poderosos pela posição social ou, mesmo, pelo status de “popular” no seu grupo de convivência.

Nos Estados Unidos já se estuda uma lei para barrar a prática do cyberbullying. Por lá muitos blogueiros são contra o atual projeto legal. Segundo eles, a pretensa lei fere a liberdade de expressão no país. Conforme publicado na Folha Online, “o projeto, que precisa ser submetido à votação no Congresso dos EUA em uma segunda vez, propõe que qualquer comunicação eletrônica usada para ‘coagir, intimidar, assediar, ou causar aflição emocional substancial’ pode ser punido com multa ou sentença de prisão com pena superior a dois anos”.

Entendo como justificável a reclamação dos blogueiros americanos. Afinal, em nenhuma hipótese, pode-se aceitar que uma lei, para penalizar o cyberbullying, limite a liberdade de expressão inerente á Web. Esperamos que uma saída mais democrática e eficiente seja tomada nos EUA e no resto mundo. De fato, o que não se pode aceitar é que se combata violência com violência!
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