O "caminho das pedras" dos esquecidos
O trecho destruído da estrada que aparece no vídeo abaixo pertence à rodovia que liga os municípios de Barra do Mendes a Ibititá no noroeste da Bahia. O que podemos ver nas imagens é mais um retrato do descaso que se instala em regiões pobres do nosso país: sendo a única via de ligação entre as cidades e o município de Irecê (que, por sinal é o foco de muitos empregos na região), a estrada mostrada no vídeo se encontra abandonada há muitos anos. Muito já se disse acerca das “pseudo-providências” que estariam sendo encaminhadas para a melhoria do acesso às cidades da região. Pouco, porém, foi feito. Vejam o vídeo:
A verdade é que o povo de muitos municípios pobres (e, às vezes, dos ricos) da Bahia e do Brasil tem que conviver com o imenso perigo que é trafegar por estas rodovias. Muitos trabalhadores dessas regiões, que se deslocam diariamente para as cidades vizinhas, estão, literalmente, abandonados á própria sorte. Rezando contra a grande probabilidade de acidentes, eles atravessam essas estradas cada vez com maior preocupação e menor certeza do retorno.
Muitos dos prefeitos destas regiões, a despeito de suas promessas e demagogias de campanha (vejam este post) , mentem ao dizer que estão à procura de soluções para a situação. Na estrada que vimos, as obras se arrastam em “ritmo de tartaruga” e parecem não terminar nunca. Ao mesmo tempo, buracos e mais buracos se multiplicam em outros trechos que ainda resistiam ás agressões do tempo. Quem conhece a história dessas rodovias já aposta inclusive num retardamento proposital. Dizem vários moradores da região que a obra só não termina porque ainda não época de eleição.
Se somarmos a condição precária das estradas com a péssima qualidade do transporte oferecido aos moradores de tais municípios, veremos que a situação requer soluções urgentes. Devemos questionar nossos políticos acercam das benfeitorias que não vêm. Devemos estar atentos para prefeitos que enriquecem ás custas do esquecimento das prioridades da população.
Enquanto perdurar esse descalabro em nossas administrações municipais muito pouco se poderá fazer em favor dos esquecidos sertanejos e pobres. Uma mudança de postura por parte de quem detém o poder se faz extremamente necessária: é preciso que se tenha mais vontade política e menos “palavras ao vento” para que se mude alguma coisa.
OBS: O áudio que acompanha o vídeo é de um programa de rádio veiculado na região.
2 Comentários:
Essa questão das rodovias baianas, no caso, de algumas regiões do Estado da Bahia, é um verdadeiro absurdo, certamente, que se fosse ano eleitoral algo aconteceria.
18 de maio de 2009 às 09:15Na situação particular da "BA" Barra do Mendes-Irecê é terrível. Um descaso que se arrasta por anos, quase uma década. Uma vergonha.
Tal situação afeta os municípios como um todo, já que mexe na economia e na vida das pessoas. Até para escoar ou abastecer tais cidades com produtos torna-se uma missão perigosa e de alto custo, já que ocorre o desgaste de veículos e etc.
Outra falta de trato (de ação) político-administrativo, em Barra do Mendes, é a questão da estrada que NUNCA foi feita ligando a cidade ao município de Seabra, onde existe uma precária estrada de barro, que por sinal, sobrevive em melhor estado que a via principal barra-Irecê.
Portanto, conterrâneos e similares, fiquemos atentos para o desrespeito lançado para nossa região, será que não merecemos respeito? Ou então, que se reduza os impostos da região, aí sim, o Estado (e os municípios) poderiam se ausentar de parte de suas responsabilidades...
Saudações.
Bruno Durães
Sociólogo.
Um verdadeiro descaso Bruno!
20 de maio de 2009 às 11:01O pior é que a população já se resignou a ver as providências só serem tomadas em época de campanha. Como eles dizem, "já é normal".
No entanto a "norma" deveria ser o empenho em fazer com que o povo tivesse um mínimo de qualidade de vida. A "norma" deveria ser o fim dos enriquecimentos paralelos e o incentivo ao bem estar popular e as reformas (em todos os sentidos) necessárias.
Talvez, se a coisa deixasse de ser entndida como "normal" poderíamos, realmente, começar a lutar...
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