Profissão perigo

Profissão perigo

O médico perito é o profissional de saúde que atesta se um determinado trabalhador está apto ou não ao trabalho após uma doença. Uma profissão digna, que até pouco tempo atrás era tida como uma das mais promissoras para a carreira de quem se forma em medicina. Hoje o ofício de médico perito é motivo de fuga dos melhores profissionais da área. O motivo: o aumento das agressões aos peritos pelos indivíduos que foram considerados prontos a voltar a trabalhar.

Na verdade a questão principal é que, com o aumento do desemprego nos últimos anos, muitas pessoas de má índole simularam doenças ou queixas para se aposentar por invalidez e ter uma renda fixa sem realmente precisar ir trabalhar, com isso as regras para esse tipo de aposentadoria ficaram mais rígidas e os exames periciais mais acurados. O resultado é que o governo orienta hoje a só aposentar aquele que estiver 100% inapto ao trabalho, gerando assim insatisfações daqueles que se julgam incapazes, mas são obrigados a voltar ao trabalho.

Uma pesquisa da Associação Nacional dos Peritos Médicos da Previdência, que inclui 531 dos 4,8 mil integrantes da categoria, revelou que 93% dos servidores já sofreram agressão verbal e 22% foram vítimas de violência física e verbal. De acordo com o instituto, há casos de agressão com facas, desaparecimento de médicos e até tentativa de estrangulamento. Alguns estudos sugerem que 1 a cada 5 médicos do trabalho já foram agredidos. E o pior já aconteceu em Minas Gerais há alguns anos atrás onde uma médica foi assassinada por negar um benefício.

Hoje em dia quem precisa fazer perícia médica no INSS tem que passar por detector de metais, ser revistado e receber o laudo pericial pelas mãos dos seguranças. Os médicos geralmente não têm identificação nos jalecos, tudo isso para evitar as agressões. O que fazer, então, para melhorar esse sistema? A população tem culpa? Até quando profissionais que lutam tanto em defesa da vida podem colocar em risco a sua própria? Questões até agora de difícil solução.

Gibran Durães

Fontes: http://controlesocial.saude.sc.gov.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=3346

http://www.reporternews.com.br/noticia.php?cod=134094