Favorecimentos de Geddel
Recentemente, o site Contas abertas, por meio do seu Twitter, divulgou uma informação que muita gente já sabia e fingia não ver. Segundo o site, o ex-ministro Geddel Vieira Lima usou grande parte da verba destinada ao ministério da Integração Nacional para financiar obras em prefeituras da Bahia e, mais especificamente, do PMDB.
De acordo com a denúncia, Geddel teve à disposição da sua pasta ministerial um montante de R$ 555,3 milhões. Esse valor, efetivamente, foi distribuído para 756 órgãos públicos municipais de todo o país no ano passado. Porém, dessa quantia, quase 50%, R$ 255 milhões, foram distribuídos entre municípios baianos. E o pior é que as prefeituras da Bahia comandadas pelo PMDB (que, para quem não sabe, é “coincidentemente”, o partido de Geddel) ficaram com 87,8% do valor.
Devemos lembrar também que Geddel deixou a pasta da Integração nacional para concorrer ao governo da Bahia nas eleições deste ano. Ou seja, que ele será bastante beneficiado eleitoralmente pelas verbas destinadas em massa ao Estado baiano.
Em relação ao número de cidades beneficiadas com recursos da Integração, no ano passado, o PMDB novamente aparece com a maior fatia. Foram 63 prefeituras peemedebistas contempladas, o que representa 46% de todos os 137 órgãos públicos municipais baianos que receberam verbas do ministério. Das prefeituras geridas pelo PT, 16 conseguiram verbas, com o percentual de 12% em relação ao número total de prefeituras patrocinadas. O PR, com 15 municípios beneficiados, contabilizou 11% do total. O PP contabilizou oito prefeituras e um percentual de 6%. O PSDB teve sete prefeituras contempladas, equivalentes a 5%. Entre os 24 municípios baianos que ganharam mais de R$ 1 milhão, 17 são do PMDB. Salvador, por exemplo, do prefeito João Henrique (PMDB), recebeu R$ 113,1 milhões do companheiro de militância Geddel. A cidade de Coronel João Sá, também de administração peemedebista, ganhou R$ 70,1 milhões.
Fonte: Contas abertas
Fica claro, então, que houve favorecimento na distribuição das verbas do ministério da Integração nacional. E tudo isso cheira à velha prática brasileira que usa obras públicas como endosso para campanhas eleitorais. Não é à toa que o ex-ministro Geddel destinou muito mais verbas às prefeituras aliadas ao seu partido. Todos sabemos que é exatamente com o discurso do “foi eu quem fiz” que ele conseguirá muitos votos dentre os baianos.
No entanto, é inadmissível que verbas públicas sejam usadas com outro fim que não o do próprio benefício público. Nada justifica qualquer favorecimento, seja para qual cidade for. Afinal, os critérios políticos da nossa administração deveriam, acima de tudo, ser justos…
3 Comentários:
Como você disse: faz parte da velha política brasileira...
21 de abril de 2010 às 10:20é apenas "mais do mesmo"
abraço, Brunão da Bahia
Sempre instigadora a política nacional
22 de abril de 2010 às 15:00Esse não é o primeiro desvio de verbas de Geddel, que tem um currículo extenso desde a época de deputado estadual.
22 de abril de 2010 às 21:40Dizem que foi bom para a Bahia. Eu não vi esse dinheiro, e mesmo que tivesse visto não quero dinheiro desviado.
Essa verba poderia ter salvo dezenas de vidas no Rio de Janeiro.
O que me deixa menos triste é que Geddel é um dos últimos colocados nas pesquisas para as eleições para governador da Bahia. Há boatos de que ele pensa em desistir e tentar o senado fedaral.
Leo Tomaselli
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