Somos quase anjos
“Somos quase anjos...”
Ouvi de um irmão, um dia.
E ao ouvi-lo minha alma o amou.
E seu semblante era de anjo
E sua voz tinha ternura de anjo
E tudo nele era de anjo.
Então, ele se despediu e saiu,
Mas suas palavras penetraram profundamente em meu espírito.
Olhei à minha volta
E muitos olhares se cruzaram com o meu.
O rosto das pessoas me pareceu mais iluminado
E senti uma espécie de amor por elas.
Voltei meus olhos para a janela.
Havia uma luz diferente em torno de tudo que a minha visão apreendia...
Dois pássaros pequenos voavam sobre a mata.
Meu corpo naquele momento tornou-se mais leve
E senti que também voava como eles.
Amei intensamente a liberdade.
Sentia muita paz em meu espírito.
Os meus pensamentos sorriam,
A natureza acenava para mim
E amei também a natureza.
A viagem chega ao fim.
Eu era a mesma de todos os dias,
Mas aquela voz ecoava baixinho nos recônditos do meu ser
“Somos quase anjos...”.
Tive um dia normal.
Depois do trabalho saí um pouco.
Ao entrar, “por acaso”, na loja de uma amiga,
Deparei-me com uma criança que ali esperava pela mãe,
Ela me sorriu um sorriso doce e ingênuo.
E toda a humildade e carência estavam nela.
Amei mais do que tudo, aquela criança
E o meu amor se manifestou como pôde.
Sim, meu irmão, somos quase anjos...
Quando nossa alma rompe todas as barreiras físicas
E entra em contato com outras almas
Ou com as vibrações que emanam delas.
Somos quase anjos,
Quando sentimos a manifestação de uma Força Maior
Conduzir nossos atos e sentimentos.
Somos quase anjos,
Quando a compaixão transborda pelos nossos olhos
E escorre pelas nossas mãos.
Hoje o amor soprou em meus ouvidos:
Quando somos verdadeiramente humanos
É que nos tornamos, de fato, quase anjos.
* Todas a semanas o Incomode-se traz as reflexões da poetiza Bernadete Barreto. Acompanhem!
2 Comentários:
Valeu Bernadete,
9 de fevereiro de 2010 às 14:47gostei muito do texto, na verdade, sempre é bom pensamos em quanto somos "humanos", ou seja, como isso é tão deixado de lado na vida capitalista...
abraço, Bruno-Zecão.
Pois é, Bruno...
11 de fevereiro de 2010 às 12:58O materialismo tem engolido muito dos nossos valores. A vida é cheia de pequenas oportunidades de nos tornarmos grandes, mas os nossos olhos se negam a enxergá-las. É a matéria sobrepondo-se à nossa alma. Somos nós a ignorar a divindade que há em nós.
Um abraço.
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