Política de interesses
Todos os cidadãos que observam o andamento da política brasileira, com certeza já atentaram para um fato bem comum: nada nesse país engrena quando atinge os grandes (pequenos não têm vez) e diferentes interesses muitas vezes escusos daqueles ditos poderosos. Aqui, se você tiver um projeto, seja ele eleitoreiro ou não, vai ter que estar de acordo (Lula que o diga) e muito bem vigiado por aqueles que determinam o andamento da vida política: as classes dominadoras da nossa nação.
Donos de meios de comunicação, empresários e banqueiros, nesse jogo, geralmente costumam pesar mais. E ai daqueles que se indispuserem contra isso. Da mesma forma que em muitas pseudo-repúblicas que tivemos na história, as decisões tomadas por aqui são muito bem fiscalizadas. E nada, nada mesmo, passa despercebido pelos olhos atentos dos “interessados”.
O novo Plano Nacional de Direitos Humanos, conhecido como PNDH 3, vem causando muita polêmica justamente por isso: por conter diretrizes prevendo medidas altamente polêmicas, ele pisou em muitos calos de muita gente. Entenda:
Para colocar em prática as medidas sugeridas, o documento prevê a edição de 27 leis nos próximos 11 meses. Algumas, já apresentadas por parlamentares, simplesmente teriam a tramitação apoiada pelo governo, enquanto as propostas inéditas seriam encaminhadas pelo próprio Executivo. Todas as leis precisam da aprovação do Congresso.
Fonte: G1
As leis que serão editadas a partir do programa serão enviadas primeiro para a Câmara. Algumas matérias, como a que prevê a descriminalização do aborto, já tramitam na Casa e são alvo de críticas de entidades como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e correntes partidárias ligadas à bancada católica na Casa.
A exemplo da questão em torno do aborto, o plano prevê outras propostas polêmicas como a criação de uma comissão da verdade para investigar crimes cometidos durante a ditadura e a revogação de leis feitas durante o período de 1964 a 1985 que sejam consideradas contrárias aos direitos humanos.
Essa medida provocou a primeira crise dentro do governo, levando o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e os comandantes das três Forças Armadas a ameaçar pedir demissão conjunta ao presidente Lula. A principal crítica dos militares é que o plano não prevê a investigação de excessos por grupos de esquerda que combateram o regime. Lula deve rever esta parte do decreto.
Como pudemos ver, o PNDH 3, traz no seu corpo medidas que futucam feridas de setores poderosos da nossa política e sociedade. A investigação acerca de abusos cometidos no período da ditadura e a descriminalização do aborto são apenas a ponta do Iceberg político em que se transformou o plano. Em seu longo texto, o PNDH trava outras batalhas discussões ferrenhas com setores poderosos do país. Em sua diretriz nº 22, por exemplo, ele cria marcos legais e comissões para avaliar se os meios de comunicação não estariam transgredindo o que ele mesmo chama de “respeito aos Direitos Humanos” e o “cumprimento de seu papel na promoção da cultura em Direitos Humanos”.
Nos parece bastante óbvio que, diante de tantas “ameaças”, os donos do poder no Brasil reajam ao PNDH 3. A polêmica em torno do tema nada mais é do que o “uivo” proveniente de camadas da sociedade que veem seus privilégios e concessões sendo ameaçados. Afinal, quem aqui seria ingênuo a ponto de imaginar que a igreja católica aceitaria assim, sem reclamar, a descriminalização do aborto? Ou que os meios de comunicação ficariam calados diante da “intromissão” em suas programações sensacionalistas? Sinceramente, acho que ninguém…
2 Comentários:
Então ô Henrique....
17 de fevereiro de 2010 às 19:17O que você chama de "intromissão em suas programações sensacionalistas" eu
chamo de "pilar primeiro de uma democracia". Qualquer coisa fora disto é DITADURA.
Em Cuba, Coreia do Norte, Russia e China o ESTADO HONESTO quer controlar o que o povo pensa.
A falta de honestidade dos poderes constituidos não leva a imaginar que a IMPENSA é que é culpada.
Ou SEM IMPRENSA LIVRE teríamos acesso ao MENSALÃO DO PT e seus asseclas?
Teriamos sabido do assassinato, por parte destes mesmos asseclas, do Celso Daniel?
Controlar a imprtensa e,concordar com istop, é pedir perdão, de joelhos ao carrasco.
Numa imprensa CONTROLADA até este teu blog poderia ser fechado, afinal, SHAMPOO EM PÓ pode ser, sob determinada ótica, MATÉRIA SENSACIONALISTA.
Façam o que quiser, mas... DEIXEM A IMPRENSA LIVRE.
SEMPRE.
Carlos Alberto Montenegro
trimoto@gmail.com
Carlos,
18 de fevereiro de 2010 às 07:53em nenhunm momento no texto eu defendo a censura prévia. Longe disso, sou um defensor da liberdade de imprensa e a pratico. O que disse no artigo foi que o PNDH3 se transformou num problema político porque mexeu nos interresses de grupos poderosos no país: grupos que, inclusive, controlam os meios de comunicação e nos enfiam goela abaixo uma programação pífia...
Não disse, como vc achou, que era a favor do controle, apenas apresentei a polêmica e tentei interpretar porque esta polêmica acontence em torno do plano...
E, meu caro, não se engane com os discursos: a nossa grande imprensa não é livre ela é controlada (e muito bem)... Só que não pelo estado.
Quanto ao ao outro texto citado, ele não é sensacionalista - como vc, de maneira equivocada, entendeu: ele fala de uma coisa que está ligada a medidas de defesa do meio ambiente e do consumo consciente... Se isso for sensacionalismo, eu não entendo o que seria uma informação relevante...
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