sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A política “certa”

Luiz-Inacio-Lula-da-Silva

Com as proximidades das eleições , muitos comentários e notícias acerca do pleito a ser realizado no próximo dia 3 de outubro começaram a se avolumar. Daqui para frente, todo mundo que se julgar como sendo possibilitado de falar, não tenham dúvidas, vai querer falar – e eu, claro, não ficaria de fora destes debates… ;). 

E isso é bom. Porque, desde que as opiniões não sejam caluniosas e/ou falsas, essa discussão só tende a incrementar o nosso processo democrático de votação. Fortalecendo o que nunca pode faltar numa nação livre: a diversidade de pensamentos e de crenças.

Então vamos começar a falar de Eleições aqui no Incomode-se.

Nesta sexta, 19, Gregor Gysi, O líder da coalizão parlamentar alemã "A Esquerda" deu uma declaração bem interessante na cidade San Salvador (El Salvador) durante um dos compromissos da sua viagem de três semanas pela América Latina – na qual pretende visitar, além de El Salvador, o Brasil, Bolívia, Equador, Colômbia e Venezuela. Segundo o político:

"Lula é um homem sábio, e não comete um erro que muitos outros cometem. Ele sabe que sua Constituição só prevê uma reeleição, coisa que (o líder da Nicarágua, Daniel) Ortega, não o quer aceitar, (o presidente da Colômbia, Álvaro) Uribe, também não."

Fonte: Uol notícias 

Para Gysi, Lula faz uma política mais “acertada” que a de seus colegas latinoamericamos quando opta por não subverter a Constituição nacional no intuito de virar o jogo político ao seu favor e permanecer indeterminadamente na presidência da República (coisa que parece estar voltando à moda nos países latinos). Pela ótica do líder alemão, nenhum presidente deveria, apoiando-se em sua popularidade, tentar se reeleger a todo custo, mas sim formar um sucessor político.

E é exatamente isso que o Lula e sua equipe estão fazendo: ao construir uma campanha em torno da Imagem de Dilma, do Bolsa família e do PAC o presidente está formando um grupo político que garantirá uma continuidade concreta da sua política: promverá a permanência não da sua pessoa diretamente, mas sim da sua influência no Planalto. Em muitos compromissos oficiais, que já podem ser considerados como uma verdadeira “campanha antecipada”, a ministra Dilma, por exemplo, vem demonstrando claramente sua total “veneração” pela  autoridade do presidente Lula. A todo instante a ministra toca no nome do presidente e exalta o seu governo e sua forma de atuar. Literalmente ela se apioa na sua mais forte “muleta” eleitoral: a popularidade do “filho do Brasil”. Isso porque também não seria prudente se distanciar do pilar fundamental da “popularidade eleitoreira” petista logo á beira de uma campanha… Seria, na verdade, um suicídio. 

Em outras palavras, as muitas colocações de Dilma e de outros governistas envolvidos na sucessão, demonstram que Lula, como disse Gregor Gysi, acerta sim na política que emprega. E acerta porque o seu objetivo é manter o PT no controle da situação e, por tabela, manter também o seu maior líder sempre por perto… Afinal, 2014 não tardará a chegar…

Resta saber se tudo isso é justo.

Henrique Oliveira

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2 Comentários:

Guilherme Freitas disse...

Lula é um político inteligente e habilidoso. Tornou-se um grande líder mundial. Dilma não tem a mesma inteligência, liderança e habilidade e pode ser uma aposta arriscada do PT e de Lula. Como também pode não ser. Se Dilma vencer as eleições, só o tempo dirá se foi ou não uma grande escolha. Abraços.

21 de fevereiro de 2010 às 21:11
Henrique Oliveira disse...

Creio que a vitória de Dilma nas próximas eleições é o que provavelmente vá acontecer. O problema é que esse processo está sendo construído sobre bases, digamos, "duvidosas". Digo isso porque o governo petista claramente entrou numa campanha antecipada que é ilegal ( o termo é forte, mas é correto)...
Só consigo ver a vontade de manutenção do poder por detrás de tantas "manobras" eleitoreiras. Por isso pergunto: é nisso que consiste o jogo democrático?

22 de fevereiro de 2010 às 13:37

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