quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Protesto ou excesso?


Depois de uma decisão de fechar as portas de algumas salas de aula em escolas maternais, o Ministério da Educação francês teve uma dor de cabeça, digamos, bastante forte: os pais dos alunos, para protestar contra o fechamento das salas dos filhos, resolveram, nesta quarta feira, manter como reféns oito professoras de duas escolas maternais no sudoeste da França.

Segundo o governo, o fechamento das salas de aula se deu porque o número de crianças matriculadas nas turmas era menor que o mínimo tolerado. No entanto, os “manifestantes” alegam uma situação bem mais complicada do que a que se lê nos números. Conforme publicado pelo portal UOL notícias, os pais revoltosos afirmam que “a classe dos filhos teria sido extinta porque faltariam apenas dois alunos para atingir a cota estabelecida pelo governo. [...] ‘O mínimo de 49 alunos para três salas de aula não foi atingido. Há 47 crianças para o curso e por isso foi decidido o fechamento de uma das classes, para a qual uma professora havia sido contratada’, diz Jean-Charles Sutra, vereador e responsável pela comissão escolar da cidade, que também protesta contra a decisão do governo”.

Em outras palavras, o governo francês parece ter confiado demais na frieza dos números e esquecido de analisar a questão humana envolvida no fechamento de parte importante de uma instituição social, como é a instituição escolar. Pais de alunos que, além de preocupados com a educação das suas crianças, dependem da rotina escolar para poder trabalhar sem “abandonar” seus filhos em casa, se desesperaram com a notícia do fechamento das turmas dos filhos. E, num impulso exageradamente agressivo, tomaram a drástica decisão de sequestrar os professores. “Até então, somente empresários haviam sido ‘sequestrados’ por empregados na França. O motivo é geralmente tentar impedir demissões e negociar indenizações trabalhistas. Após o agravamento da crise, a França registrou diversos casos de executivos mantidos como reféns. [...] Esta é a primeira vez, no entanto, que pais de alunos mantêm professores como reféns para protestar contra iniciativas adotadas pela direção da escola, sob orientações do ministério da Educação”, publicou o Uol notícias.

O que percebemos é que estes pais franceses exageram no direito de protesto e incorrem em uma prática criminosa: segregar a liberdade das outras pessoas, num país democrático, não pode ser a melhor forma protesto. Com certeza a violência da ação chamou muita atenção e pode, até, ter sensibilizado a opinião pública para a questão, que é deveras delicada. Porém, não se pode dizer que os pais revoltosos estejam com a razão...

A polícia francesa já está monitorando o caso e afirma que, se o cárcere dos professores ultrapassar 24 horas, os pais poderão ser enquadrados por sequestro, sendo presos e punidos severamente... Resta ver a que horas brotará o bom senso nisso tudo!

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