A saga de Dilma "contra" o terceiro mandato

Em visita oficial a Pequim, pela “enésima” vez o presidente afirmou que, ao contrário do que apostaram inúmeros analistas, não tem nenhuma pretensão de utilizar a idéia de um terceiro mandato como um “plano b”, ou mesmo como uma válvula de escape a uma possível impossibilidade da candidatura da Ministra da Casa Civil.
A um correspondente da BBC Brasil (publicado no Estadão), na China, Lula foi taxativo: "Eu não discuto essa hipótese. Primeiro porque não tem terceiro mandato. Segundo, porque a Dilma está bem”.
De fato, a ministra receberá alta médica ainda hoje do hospital Sírio Libanês onde está internada. Segundo publicado na Folha online, o horário da saída da Ministra ainda não está confirmado, porém, tudo indica que ela saia hoje mesmo do hospital. A imprensa ainda aguarda novo boletim dos médicos, que será expedido nas próximas horas.
No entanto, por mais que o governo tente minimizar a gravidade da situação, a verdade é que Dilma está com uma doença grave, e requer cuidados acurados para que alcance uma recuperação a contento. Para se ter uma idéia, no tratamento de um linfoma no chamado “estádio 1” (ou seja, em seu estado de desenvolvimento mais primário), segundo a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRALE), “os efeitos colaterais dependem de vários fatores: da intensidade, da combinação e do tipo de quimioterapia, da localização da radioterapia, da idade do paciente e de condições médicas coexistentes (por exemplo, diabetes mellitus e doenças renais)”.
Em outras palavras, o que se percebe é que a doença da ministra pode sim acarretar em novos e mais fortes efeitos colaterais. As opiniões dos especialistas divulgadas na mídia são unânimes em afirmar que Dilma precisa diminuir sua rotina de trabalho, que precisa estar mais “focada” no tratamento.
Então, por todos esses motivos, pode-se dizer que existe sim a possibilidade de a Ministra não concorrer a Presidência. Todos sabem que, ao invés de uma diminuição, o ocorrerá daqui até o início das campanhas do ano que vem, será, isso sim, a intensificação dos trabalhos eleitorais. E mais: devemos lembrar que Dilma já está em campanha. Ela está viajando e trabalhando freneticamente na construção do seu maior cartaz, o PAC.
Por isso, amigos, não podemos descartar que a Ministra tenha, concretizado no seu tratamento, um grande obstáculo eleitoral. Uma vez que ela será obrigada a passar por quimioterapia preventiva a cada três semanas, num período de quatro meses, não se pode ter nenhuma certeza acerca dos meandros políticos de campanha que surgirão e terão que ser resolvidos pelo governo e pelo PT nesse "meio tempo". E Lula, que nunca foi ingênuo, muito provavelmente pensou sim no terceiro mandato como alternativa.
Tudo indica, porém, que o presidente não vá apostar nessa arma para 2010. Alguns analistas apostam no projeto de poder “lulista” para o retorno (ao estilo Vargas) em 2014. Por hora, nos resta aguardar os resultados da recuperação da Ministra para ver qual das tendências se concretiza.
Foto: gustavovara.com
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